Mais um ano!

Olá! É isso mesmo! Hoje, o blog completa seu segundo ano de vida! Olha, até eu duvidava que iria durar tanto, mas enfim, aqui estamos! Eu não dou muita importância para estatísticas, mas hoje eu acho que elas são um bom termômetro da saúde deste blog e do retorno do investimento de tempo que faço nele. Até agora foram mais de 27.500 visitas. Se no 1º ano foram quase 8.000 visitas, neste segundo ano o número subiu para mais de 18.000 visitas. Ou seja, mais que dobrou. A média diária de visitas que era de 25, 30 no 1º ano, agora está em torno de 70. Também mais que dobrou. Em 2010 o blog teve um dia com mais de 220 visitas, e uns outros 20 dias com mais de 100 visitas. E a média mensal de visitas está em 1.700 acessos. Mas o que quer dizer tudo isso? Bom, a primeira conclusão é que o blog está tomando corpo. Também pode ser um reflexo de eu ter feito uma melhor divulgação dele. Ou pode ser também porque o conteúdo agrega algo de interessante para quem passa por aqui, o que, aliás, é o principal objetivo deste blog. Não é dar aula, não é ensinar ninguém. Não é falar para você fazer assim ou assado. É só para dividir minhas experiências e pontos de vistas sobre ilustração, com quem gosta de ilustração. Só isso, simples assim. Mas voltando às estatísticas. De concreto, o que estes números representam? De concreto mesmo, mais trabalho, mais dinheiro, e um grande motivo para continuar com o blog no ar. Claro que gosto muito de ilustrar, mas ainda não aceitam meus desenhos no mercado, no posto de gasolina nem no banco, infelizmente. Então, ilustro por dois motivos: por gostar e por dinheiro, simples assim. Espero não ser muito árido com as palavras, justo hoje que é um dia especial, mas como blogueiro/ilustrador, visitando outros blogs e sites ou mesmo indo a palestras e eventos, percebo que o assunto dinheiro é pouco discutido entre nós ilustradores. Enfim, com certeza este é um assunto que pretendo explorar mais aqui, porque percebo que começa a crescer o número de pessoas que visitam o blog.

Mas como este é um espaço onde mostro o que venho produzindo, hoje escolhi umas ilustrações que fiz para o concurso da Livraria da Vila do ano passado. Não cheguei a ficar nem entre os finalistas, mas ok, sem problemas. Sei que fiz o meu melhor. Ganhar seria melhor, claro, mas agora tenho mais 3 peças para portfólio que tenho orgulho de mostrar. Deixa eu falar um pouco sobre cada uma delas. O tema do concurso foi Conto de Fadas, e era necessário enviar 3 peças, com técnica livre. A, primeira idéia, claro, foi fazer uma… fada! E foi isto que saiu:

Hoje, com o distanciamento que o tempo me deu, percebo que talvez o que eu fiz foi mais uma pin up do que ilustração para um livro infantil. Penso isso, porque essa peça não conta nada, nenhuma história, entende? Com relação à técnica, ok. Mas com relação à narrativa, ao conteúdo, não sei, me parece um tanto vaga.

O outra peça que enviei, foi com outro personagem clássico de histórias de contos de fadas, a rainha. Aqui já fui para um traço mais estilizado, mais geométrico, aplicando texturas. Acho que o resultado ficou interessante, a pose, o olhar… mas pode ser que também essa ilustração seja outra pin up.

E por útimo, uma ilustração que, enfim, conta uma história que até pode parecer meio nonsense, meio boba, mas que tem origem na História. Diz-se que é uma alusão à Rainha Caroline, esposa de George II, com quem teve oito filhos. A bota seria as Ilhas Britânicas. Aqui está o trecho no qual me inspirei para fazer esta ilustra:

There was an old woman who lived in a shoe,

She had so many children she didn’t know what to do!

So she gave them some broth without any bread,

And she whipped them all soundly and sent them to bed!

Traduzindo livremente, olha que light a velhinha era:

Havia uma velha mulher que morava num sapato,

Ela tinha tantos filhos que não sabia o que fazer!

Então, deu-lhes um pouco de caldo sem pão,

E chicoteou a todos profundamente e enviou-os para a cama!

Pode não ser exatamente um texto para crianças, mas a imagem desta bota sempre esteve impregnada na minha mente, tanto que foi o primeiro tema em que pensei para para participar do concurso. Das três peças, foi a que mais gostei de fazer e também do resultado. Em especial os espaços vazios, que é algo que me chama muito a atenção. É como se você não precisasse desenhar TUDO para mostrar TUDO. É reduzir a ilustração ao que realmente é necessário, limpando os excessos. Tem um ilustrador que explora muito bem isso, chamado Robert Lawson, e um livro que ele ilustrou onde se vê bem esse grande uso dos espaços em branco chama-se O Touro Ferdinando, de Munro Leaf. Nesta ilustração utilizei só grafite no papel vegetal e dei uns pequenos retoques no photoshop. Talvez seja pela minha admiração do trabalho do ilustrador australiano Shaun Tan – quem já leu “The Arrival” sabe do que falo, e se você não leu, demorou! – , talvez seja também pela obra “A Invenção de Hugo Cabret” de Brian Selznick, talvez seja porque passei praticamente minha infância toda desenhando só com lápis 6B, mas eu realmente gosto de desenhar só com lápis.

Bom, pessoal, hoje até que escrevi bastante, né? Mas é um dia especial. Também queria muito agradecer a todos que visitam o blog, a todos os amigos, a quem deixa comentários, a quem não deixa, e também agradecer a Revista Design, Carreira Solo, Design Up, Alex Coi, Zupi, Leticia Nogueira, Design Flakes, Caio Majado, Luhan Dias, Casa de Criadores, Freela.Com, Celo Ilustrativo, Urussai, enfim, a todos que ajudaram a divulgar o blog, muuuuuito obrigado mesmo!!!

E você que leu até aqui, valeu, espero que você tenha gostado e continue aparecendo por aqui, que sempre tem novidade. Grande abraço e vamos para mais um ano!